O tempo da verdade

Nem toda resposta vem de imediato. Às vezes, a vida silencia, os caminhos se embaralham e o peito se enche de perguntas sem endereço. A angústia da espera, a pressa por certezas e o desejo de entender tudo de uma vez só nos tornam surdos ao que importa: o que vem de dentro.

Mas a verdade… ah, a verdade tem um jeito manso e firme de aparecer. Ela não grita. Ela não invade. Ela aguarda. A verdade é paciente, mas implacável. E sempre encontra abrigo onde há coragem de escutar o próprio coração.

Escutar de verdade. Não com o orgulho, nem com o medo. Mas com honestidade. Com vulnerabilidade. Com aquela entrega que só quem já se quebrou sabe como é.

Porque no fim, a resposta que a gente tanto procura talvez não esteja lá fora, nos outros, ou nas explicações do mundo. Está aqui, no que sentimos e fingimos não sentir. No que sabemos e fingimos não saber. Está no coração, que, quando se cala de verdade, fala mais alto que qualquer grito.

É preciso calma. É preciso silêncio. Mas acima de tudo: é preciso verdade. Porque ela chega. Sempre chega. Para quem tem peito aberto e alma limpa para ouvi-la.