“Entre Linhas e Estações”: um livro que nasceu no tempo certo

Há livros que nascem de um projeto minucioso, outros de um desejo antigo. Mas há também aqueles que simplesmente acontecem — porque precisavam acontecer. Assim foi com “Entre Linhas e Estações”, meu primeiro livro que em breve será lançado.

A ideia surgiu em 2023, um ano que, para mim, foi muito mais de processo do que de resultados. Era um tempo de revisitar silêncios, entender pausas, ressignificar ausências. E, no meio disso tudo, a escrita apareceu como um refúgio — uma forma de ordenar pensamentos, de colocar para fora sentimentos que insistiam em transbordar. Escrever, naquele momento, foi abrigo. Foi modo de respirar.

Foi assim que nasceram as cartas de Clara e Rafael — os protagonistas de Entre Linhas e Estações. Dois amigos que retomam o contato depois de anos e, por meio da troca de cartas, falam de tudo o que é essencial: o amor, a solidão, a esperança, o perdão, as pequenas alegrias, o peso do tempo, os recomeços. Cada capítulo é uma nova estação da vida, e cada carta, um convite ao leitor para também se ouvir e se reconhecer.

Não foi um livro planejado para ser “vendável”, “estratégico” ou “de mercado”. Foi um livro que nasceu para ser verdadeiro. E, talvez por isso, tenha ganhado uma força tão especial ao longo da escrita. A cada nova carta que escrevia, sentia que também estava, de certa forma, escrevendo para mim mesmo — e para todos que, em algum momento da vida, buscam um porto seguro nas palavras.

Agora, com o livro nas mãos, percebo uma coisa simples: nem sempre escrevemos para ensinar ou explicar. Às vezes, escrevemos para entender. Para cuidar. Para deixar um pedaço do que vivemos registrado no papel.

Por isso, este livro é, acima de tudo, um convite. Um convite a ler devagar. A sentir. A se permitir refletir sobre as estações que cada um de nós atravessa. Se minhas palavras tocarem, acolherem ou fizerem companhia a alguém, então já terão cumprido seu papel.

E assim sigo: entre linhas, estações… e histórias.