Ahhh, o tempo…

Ahhh, o tempo… esse senhor de passos largos e silêncios demorados. Ele chega sem avisar e vai embora do mesmo jeito, deixando a gente com as lembranças na mão e o coração batendo no compasso do que foi — ou do que poderia ter sido.

O tempo tem dessas coisas: ele ensina sem levantar a voz. Ensina com perdas, com encontros, com esperas e recomeços. Quando a gente pensa que já sabe tudo, ele dá um jeito de mostrar que não — que ainda há mais estrada, mais surpresa, mais vida pela frente.

E como surpreende… Um dia, estamos correndo atrás, implorando por um minuto a mais. No outro, percebemos que foi justamente aquela demora, aquele atraso, aquela pausa que mudou tudo de lugar — e fez tudo se encaixar.

O tempo é sábio, mesmo quando parece cruel. É parceiro, mesmo quando fere. É aliado, mesmo quando nos deixa sozinhos. Porque ele nunca erra o ritmo. Ele sabe a hora certa. Às vezes, é só a gente que ainda não sabe.

No fim das contas, o tempo não leva — ele revela. Mostra quem fica, o que vale, por que doeu e para quê serviu. Mostra que amadurecer não é perder leveza, é ganhar raízes. Que envelhecer não é apagar o brilho, é aprender a usá-lo com mais sabedoria.

Ahhh, o tempo… pode passar o quanto quiser. A gente reclama, corre, briga com ele. Mas um dia, lá na frente, a gente olha pra trás e entende: ele sempre foi nosso maior aliado.

Só precisava de tempo pra mostrar.