Alguns encontros mudam tudo. Outros, destroem certezas. Mas há um tipo raro — e perigoso — de reencontro que sacode a alma: aquele que acontece depois de muito tempo, quando você achava que já tinha superado, esquecido ou simplesmente enterrado.
Ninguém reencontra alguém por acaso. O tempo passa, a vida segue, mas quando duas pessoas se cruzam de novo — com histórias não resolvidas e sentimentos ainda pulsando — há algo maior ali. E o impacto não está na presença, mas na memória que ela reativa. No olhar que te reconhece. No silêncio que te confronta.
O reencontro pode ser um acerto de contas emocional… ou pode ser um novo começo.
E a diferença entre uma coisa e outra está na sua coragem. Coragem de olhar pro que foi vivido com honestidade. Coragem de não romantizar o que só existiu porque havia falta. Coragem de admitir que o tempo nem sempre cura — às vezes só adia.
Tem reencontro que vem pra te mostrar que o que você viveu foi real, mas já passou. E tem reencontro que te tira o chão, porque te lembra o que nunca foi vivido por completo. A vida, por capricho ou por misericórdia, te devolve a chance de decidir com mais maturidade, com mais clareza… ou pelo menos com menos medo.
Mas cuidado: não confunda saudade com amor. Não confunda carência com destino. E principalmente, não confunda intensidade com verdade.
O reencontro é um espelho. E às vezes, o que você vê ali não é o outro. É você mesmo.
Então se acontecer… olhe com atenção. O que esse reencontro veio te dizer?
É hora de encerrar um ciclo ou de começar outro?
Porque uma coisa é certa: ninguém reencontra ninguém à toa.