Vivemos tempos confusos. Tempos em que ser exigente virou sinônimo de arrogância. Em que cobrar prazos, compromisso e qualidade é visto como opressão. Em que dizer “isso não está bom, precisa melhorar” é encarado como ataque pessoal. Mas é preciso acender o alerta: ser rigoroso, meticuloso e cuidadoso com o que se entrega não é um defeito — é virtude. É profissionalismo.
O problema é que estamos cercados de “bons profissionais” que não sabem ouvir um “não”, um “refaça”, um “precisa melhorar”. Gente que se vende como competente, mas quando cobrada, despeja desculpas. Justifica tudo. Transfere a responsabilidade. Foge do compromisso com o resultado. E, quando confrontada com o básico — o dever de entregar —, se esconde no manto da vitimização.
É a nova narrativa da incompetência: inverte-se o jogo, e o cliente, o gestor, o contratante vira o vilão. Esperar o cumprimento de um prazo virou ser “ditador”. Querer resultado virou “exploração”. Ter critérios virou “não saber lidar com pessoas”.
Mas é hora de lembrar: quem trabalha se adapta ao tempo, às demandas, à realidade do projeto, do cliente, da empresa. Não o contrário. Quem contrata não deve andar em ovos diante do ego frágil de quem não entrega. O profissional precisa ser, acima de tudo, maduro. Porque talento sem compromisso é só vaidade. E vaidade não sustenta resultado.
Profissionalismo não tem a ver com ser mimado, mas com ser útil. Com estar à altura da responsabilidade que se assumiu.